sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os Miseráveis - Victor Hugo

Sinopse- Os Miseráveis - Victor Hugo

Após cumprir 19 anos de prisão com trabalhos forçados por ter roubado comida, Jean Valjean é acolhido por um gentil bispo, que lhe dá comida e abrigo.
Mas havia tanto rancor na sua alma que no meio da noite ele rouba a prataria e agride seu benfeitor, mas quando Valjean é preso pela polícia com toda aquela prata ele é levado até o bispo, que confirma a história de lhe ter dado a prataria e ainda pergunta por qual motivo ele esqueceu os castiçais, que devem valer pelo menos dois mil francos.
Este gesto extremamente nobre do religioso devolve a fé que aquele homem amargurado tinha perdido.
Após nove anos ele se torna prefeito e principal empresário em uma pequena cidade, mas sua paz acaba quando Javert, um guarda da prisão que segue a lei inflexivelmente, tem praticamente certeza de que o prefeito é o ex-prisioneiro que nunca se apresentou para cumprir as exigências do livramento condicional.
A penalidade para esta falta é prisão perpétua, mas ele não consegue provar que o prefeito e Jean Valjean são a mesma pessoa.
Neste meio tempo uma das empregadas de Valjean (que tem uma filha que é cuidada por terceiros) é despedida, se vê obrigada a se prostituir e é presa.
Seu ex-patrão descobre o que acontecera, usa sua autoridade para libertá-la e a acolhe em sua casa, pois ela está muito doente.
Sentindo que ela pode morrer ele promete cuidar da filha, mas antes de pegar a criança sente-se obrigado a revelar sua identidade para evitar que um prisioneiro, que acreditavam ser ele, não fosse preso no seu lugar.
Deste momento em diante Javert volta a perseguí-lo, a mãe da menina morre mas sua filha é resgatada por Valjean, que foge com a menina enquanto é perseguido através dos anos pelo implacável Javert.


Contexto Histórico: A França no século XVIII

A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza.
A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina.
A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas.
A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.

Revolução Francesa (14/07/1789)

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.
O lema dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.
A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução Francesa também influenciou, com seus ideais iluministas, a independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.



Sugestão de atividades que podem ser trabalhadas com o romance

Após a leitura e análise da obra sugiro passar para os alunos o filme "Os Miseráveis".
Oura atividade é uma relação de perguntas relacionadas à obra. Trabalhar a temática, o contexto histórico e social do livro, entre outras.


1- Faça um pequeno resumo da biografia do autor.

2- Um pequeno resumo do enredo de “Os miseráveis”.

3- Comente a relação que os personagens abaixo tinham com JEAN VALJEAN, o personagem principal:
a- Fantine : _____________________________________________________________________

b- Cosette : _____________________________________________________________________

c- Thénardier : _____________________________________________________________________

d- Marius : _____________________________________________________________________

e- Inspetor Javert : _____________________________________________________________________
4. Que fato levou o Jean Valjean para a cadeia? ______________________________________
5 Quem foi Monsenhor Benvindo? Comente a atitude do Monsenhor Benvido. Foi justa? Por quê?
6. Qual o fim do inspetor javert? ________________________________________________
7.Em que país passa-se a história?________________________

8. Qual o período da humanidade está inserido na história?

09. Quem era tio Madeleine?

10. O que aconteceu com Champmathieu?

11.De quem é a obra "Os miseráveis"?

12. O que no livro chamou mais sua atenção
13.O que foi a Revolução Francesa? Quais as mudanças causadas na Europa devido a este acontecimento?

14. Quais os temas abordados na obra (exemplo: pobreza, injustiça social, solidariedade, leis, etc.). Você identifica estes mesmos problemas no dia de hoje? Comente.

Escola e Família: parceria necessária para o sucesso

Oficina: Escola e Família: parceria necessária para o sucesso
Selma Oliveira Mascarenhas

Antes de tudo é necessário existir a consciência, por parte do educador, de que a família é essencial no processo educativo, reconhecer as suas vantagens, refletir sobre o tipo de envolvimento e as melhores estratégias a implementar para o seu sucesso.
Como objetivo primário, é necessário levar a família a assumir um papel na realização de uma educação permanente. A conscientização de que a família é um sistema fundamental para o desenvolvimento integral da criança é essencial para que esta se predisponha a colaborar com a escola. O processo educativo deve atender à realidade de cada aluno, e para isso é necessário conversar com os pais para ter uma noção da realidade onde ele se insere.
Surge então a necessidade de intensificar o diálogo com a família. Isto implica tornar a Escola um local de trabalho agradável para todos os intervenientes, onde existam espaços de diálogo, reflexão e participação.
Essencialmente depois de atingidas estas etapas de conscientizar a família da sua importância na educação, incentivar o diálogo, e fazer da escola um local agradável, cabe construir um projeto educativo onde os pais estejam envolvidos ativamente. No entanto, a participação da família não deve cair apenas em dias comemorativos específicos, qualquer dia, é dia para que o pai possa ir à escola nem que seja para contar uma historia.
A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim eles vão se sentir comprometidos com a melhoria da qualidade escolar.
Tenha claro que é direito dos responsáveis pelos estudantes opinar, fazer sugestões e participar de decisões sobre questões administrativas e pedagógicas da escola.
Para que as reuniões tenham quórum, é preciso ter objetivos bem definidos e conhecer as famílias e a comunidade em que a escola está inserida. Planejamento é essencial. Reflita sobre os preconceitos e as discriminações existentes na escola. Não é necessariamente o grau de instrução do pai e da mãe que motiva uma criança ou um adolescente a estudar, mas o interesse em participar de suas lições de casa e da vida escolar. Não parta do princípio de que a família precisa ser ajudada pela escola e sim de que a escola precisa dela.

Algumas sugestões para envolver a família na escola:

1) Sugestões de atividades:

• “Hora do Conto”: divida os pais convidados em pequenos grupos para que se revezem na contação de histórias para crianças. Crie um ambiente agradável (pode ser na biblioteca ou ao ar livre). Ao final, deixe papel, lápis e canetas coloridas para que participantes expressem o que ouviram através de desenhos.

• Gincana “Pais & Filhos”: times formados por pais e filhos (duplas) com diversas brincadeiras, incluindo: adivinhação (através de desenho ou mímica), soletração, entre outras. Quanto mais atividades envolvendo aprendizagem, melhor. (ex: matemática, ciências, etc).

• Oficina de reciclagem: promova uma palestra sobre o tema, com dicas para que alunos e familiares possam adotar medidas simples de reduzir o lixo na escola e nas suas residências. Ao final, com a participação de todos, podem ser montados alguns aquecedores de água com garrafas pet. Além disso, pode convidar os pais para contar o que fazem em casa.

• Caso a escola fique próxima de um rio e ele apresente sinais de degradação,
organize atividades de mobilização para chamar a atenção da comunidade para o problema.

• Estimule seus alunos a pesquisar, através de fotos, relatos ou outros materiais (p.ex., jornais de bairro), fatos que ajudem a reconstruir a história do rio e a forma como a comunidade se relaciona com ele.

• Convide um funcionário de companhia de limpeza para que ele vá até a escola e converse com pais e alunos sobre a importância de manter o rio limpo, como também explique os problemas causados pela poluição.

• Organize um ato simbólico – um “Abraço ao Rio”, com a presença dos alunos e responsáveis, para mostrar o desejo coletivo de mudança.

• Divulgue o trabalho em rádios e jornais comunitários.

• Promover com o apoio dos professores de educação física uma sessão de atividades físicas para pais e responsáveis, como forma de mostrar que atitudes simples de nosso cotidiano, como, p.ex., deixar o carro em casa e ir para determinado local caminhando ou de bicicleta, pode ajudar a diminuir a degradação do meio ambiente. Além disso, a ação pode servir também como forma de incentivar a prática de atividades esportivas, importantes para uma melhor qualidade de vida.

• “Giro pela escola”: alunos - com apoio da direção, professores e voluntários -, levam os pais para uma visita pela escola, mostrando o ambiente em que estudam, se divertem, o que estão aprendendo e outras atividades (extracurriculares) desenvolvidas na escola (se houver).

• Peça a ajuda dos pais para auxiliar os alunos na montagem de peças teatrais, nas quais sejam discutidas questões próprias do cotidiano da escola. Além disso, as representações podem retratar também o comportamento usual dos responsáveis e o comportamento desejado (esse seria uma forma de passar, com uma linguagem artística, a mensagem sobre a importância de uma maior participação da família).

• Convidar pais e avós de alunos para um bate-papo sobre as brincadeiras infantis do passado, como peão, bola de gude, amarelinha, entre outras, reproduzindo tais brincadeiras.

• Preparar uma reunião com crianças e alunos para levantar sugestões para a escola (alunos serão os relatores à comunidade escolar às famílias presentes).

• “Prestação de contas”: escola apresenta painel aos pais com dados sobre IDEB (avanços, como melhorar, etc.).

• Criar atividades para verificar se os pais sabem como os filhos estão aprendendo (p.ex. propor um game para os pais e responsáveis, onde será perguntado a eles se sabem o que é o IDEB e qual a nota da escola, se acompanham o dever de casa dos filhos, bem como suas notas, se participam das reuniões, entre outras questões).

2) Sugestões de atividades especiais:

• “Festival de Arte”: convide os pais “talentosos” e organize um festival de artes com os alunos, explorando os elementos culturais da localidade – música, artesanato, dança, culinária. Para essa ocasião podem também ser buscados parceiros locais – como, por exemplo, companhia de dança e teatro locais.

• Aproveite a habilidade de alguns pais (aquela mãe que é conhecida por cozinhar bem, o pai que toca violão, a vovó que sabe bordar muito bem), para que eles participem da data, fazendo alguma apresentação e/ou oficina.

• Propor uma pesquisa da identidade cultural e familiar de cada aluno. História da família, profissões, credo, onde e em que condições vivem, os aspectos positivos (atitudes criativas, de solidariedade, de união etc.) e negativos (violência intrafamiliar, alcoolismo, desemprego etc.), os momentos de transformação e mudança na família, a relação da família e da comunidade com a escola. Com esse material, pode-se organizar uma apresentação, preparada pelos alunos para os pais, fazendo um grande resgate da história da comunidade e de sua forma de relacionamento com a escola.

• Criar uma campanha de mobilização para valorização da escola, com a confecção de cartazes e faixas, pelos alunos e familiares, para serem afixados nos murais e no muro externo da escola. Podem ser produzidos também pequenos folhetos para serem distribuídos aos pais.

• A culminância dessa campanha pode ser um convite aos pais e responsáveis para que participem das atividades da escola e possam, dessa forma, conhecer melhor os profissionais e a instituição de ensino de seu filho.

• Organizar palestras para os pais e responsáveis. As temáticas abordadas podem ser relacionadas diretamente a participação da família no cotidiano escolar das crianças, ou ainda discorrer sobre aspectos que, embora não diretamente vinculado, também são importantes para um satisfatório desempenho escolar, como, por exemplo, saúde, hábitos de higiene, relacionamento intrafamiliar etc.

• As palestras poderão ser ministradas por professores da própria escola, ou por voluntários – profissionais da área de saúde, entre outros.

• Preparar um dia de atividades físicas, com o apoio de parceiros locais – p.ex. clubes e academias –, buscando integrar pais e filhos, com campeonatos de vôlei, basquete, futsal e handebol, ou com oficinas de ginástica e capoeira. Essas atividades podem ser desenvolvidas na escola, ou ainda utilizar instalações públicas e/ou clubes da redondeza.

• Organizar, conforme disponibilidade, uma série de oficinas para serem oferecidas a comunidade, com o apoio de professores, voluntários e parceiros locais. Podem ser realizadas oficinas de noções básicas de informática, artesanato (com foco em geração de renda), culinária, noções de responsabilidades e limites, entre outros.

• Saúde: apresentar problemas diagnosticados pela escola e trazer especialistas para debate

• Convidar um nutricionista para fazer uma oficina para os pais e responsáveis, para melhor aproveitamento de verduras e legumes.

• Organizar um evento alegre e festivo, com a participação de pais, professores, alunos e pessoas da comunidade, no qual todos são convidados a plantar mudas de árvores nativas nas dependências da escola, caso haja espaço, e/ou também nos seus arredores.

Referências bibliográficas
Revista Nova Escola

SUGESTÕES DE LIVROS

GUIA PARA PREVENIR ABUSO SEXUAL
GUIA ESCOLAR-
O ABUSO SEXUAL DA CRIANÇA. UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR- Timan Furniss. Ed artes Médicas
O FIM DO SILÊNCIO NA VIOLÊNCIA FAMILIAR
Dalka Ferrari e Tereza Vecina. Ed. Ágora
CRIANÇAS VITIMIZADAS: A SÍNDROME DO PEQUENO PODER – Maria Amélia Azevedo e Viviane Nogueira Guerra. Ed. Iglu.
FILMES:
MENINOS DE RUA
UM SONHO POSSÍVEL;
UM AMOR PARA RECORDAR;
MALDITO CORAÇÃO;
A EXCÊNTRICA FAMÍLIA DE ANTÔNIA
ABUSO SEXUAL;
MARCAS DO SILÊNCIO;
EU EXISTO;
PRECIOSA.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Muita emoção no primeiro dia de aula-2011 no Polivalente de C.Coité

Alunos do colégio Polivalente participam da abertura do ano letivo 2011, apresentando uma belíssima coreografia.

Parabéns, meninas!!!!!




Aula de Artesanato no Poli-2010 -Biscuit










Crônicas

Um telefone toca num fim de tarde, começo de noite . . .

* Alô?
* Pronto.
Ele: - Voz estranha... Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas.

. . . Silêncio . . .

Ela: - Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: - Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: - A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: - Mas conversar com as amigas no telefone ...
Ela: - Solidão, meu caro, cansaço ... Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda preparar o jantar para o HERÓI que chega à noite... Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções ...
Ele: - Você nunca reclamou disso.
Ela: - E você me perguntou alguma vez?
Ele: - Lá vem você de novo... As poucas coisas que eu achava que estavam certas...Isso também era errado!?
Ela: - Evidente, a gente não conversava nunca ...
Ele: - Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que Faltou diálogo. As mulheres são de Marte !
Ela: - E vocês são de Saturno!

. . . Silêncio . . .

Ele: - E aí, como vai a vida?
Ela: - Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém pra Me dizer o que devo fazer ...
Ele: - E isso é bom?
Ela: - Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
Ele: - Eu nunca fui autoritário!
Ela: - Também nunca foi compreensivo!
Ele: - Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer
mortal ...
Ela: - Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: - Você nunca foi irônica.
Ela: - Isso a gente aprende também.
Ele: - Eu sempre te apoiei.
Ela: - Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável ... Sinceramente, eu não sei o que faria sem você? Ou você acha que fazer vinte caipirinhas numa tarde para um bando de marmanjos que assistem ao jogo da Copa do Mundo era realmente
o meu grande objetivo na vida ?
Ele: - Do que você está falando?
Ela: - Ah, não lembra?
Ele: - Ana, eu detesto futebol.
Ela: - Ana!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
Ele: - Alexandre? Meu nome é Ronaldo!

. . . Silêncio . . .

Ele: - De onde está falando?
Ela: - 2578 9922
Ele: - Não é o 2578 9222?
Ela: - Não.
Ele: - Ah, desculpe, foi engano.

Depois de um tempo ambos caem na gargalhada.

Ele: Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
Ela: - Modéstia à parte... Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
Ele: - Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
Ela: - E detesta futebol?
Ele: - Deus me livre... 22 caras correndo atrás de uma bola... Acho ridículo!
Ela: - Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
Ele: - Que pena... O meu já está pronto. Risoto, minha especialidade!
Ela: - Mentira! É o meu prato predileto...
Ele: - Mesmo! Bem, a porção dá pra dois, e estou abrindo um Chianti também. Você não gostaria de...
Ela: - Adoraria!

Ele dá o endereço.

... CUIDADO COM AS LINHAS CRUZADAS ...
Luís Fernando Veríssimo





                                                    O homem trocado

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...
E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma trocade bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.
- E o meu nome? Outro engano.
- Seu nome não é Lírio?
- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?
- Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
- Por quê?
- Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? - perguntou, hesitante.
- É. A operação era para tirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?





BIG BROTHER BRASIL


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A  décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que  recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.


Autor desconhecido

Dia 15 de março, Dia da Escola