sexta-feira, 15 de abril de 2011

Escola e Família: parceria necessária para o sucesso

Oficina: Escola e Família: parceria necessária para o sucesso
Selma Oliveira Mascarenhas

Antes de tudo é necessário existir a consciência, por parte do educador, de que a família é essencial no processo educativo, reconhecer as suas vantagens, refletir sobre o tipo de envolvimento e as melhores estratégias a implementar para o seu sucesso.
Como objetivo primário, é necessário levar a família a assumir um papel na realização de uma educação permanente. A conscientização de que a família é um sistema fundamental para o desenvolvimento integral da criança é essencial para que esta se predisponha a colaborar com a escola. O processo educativo deve atender à realidade de cada aluno, e para isso é necessário conversar com os pais para ter uma noção da realidade onde ele se insere.
Surge então a necessidade de intensificar o diálogo com a família. Isto implica tornar a Escola um local de trabalho agradável para todos os intervenientes, onde existam espaços de diálogo, reflexão e participação.
Essencialmente depois de atingidas estas etapas de conscientizar a família da sua importância na educação, incentivar o diálogo, e fazer da escola um local agradável, cabe construir um projeto educativo onde os pais estejam envolvidos ativamente. No entanto, a participação da família não deve cair apenas em dias comemorativos específicos, qualquer dia, é dia para que o pai possa ir à escola nem que seja para contar uma historia.
A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim eles vão se sentir comprometidos com a melhoria da qualidade escolar.
Tenha claro que é direito dos responsáveis pelos estudantes opinar, fazer sugestões e participar de decisões sobre questões administrativas e pedagógicas da escola.
Para que as reuniões tenham quórum, é preciso ter objetivos bem definidos e conhecer as famílias e a comunidade em que a escola está inserida. Planejamento é essencial. Reflita sobre os preconceitos e as discriminações existentes na escola. Não é necessariamente o grau de instrução do pai e da mãe que motiva uma criança ou um adolescente a estudar, mas o interesse em participar de suas lições de casa e da vida escolar. Não parta do princípio de que a família precisa ser ajudada pela escola e sim de que a escola precisa dela.

Algumas sugestões para envolver a família na escola:

1) Sugestões de atividades:

• “Hora do Conto”: divida os pais convidados em pequenos grupos para que se revezem na contação de histórias para crianças. Crie um ambiente agradável (pode ser na biblioteca ou ao ar livre). Ao final, deixe papel, lápis e canetas coloridas para que participantes expressem o que ouviram através de desenhos.

• Gincana “Pais & Filhos”: times formados por pais e filhos (duplas) com diversas brincadeiras, incluindo: adivinhação (através de desenho ou mímica), soletração, entre outras. Quanto mais atividades envolvendo aprendizagem, melhor. (ex: matemática, ciências, etc).

• Oficina de reciclagem: promova uma palestra sobre o tema, com dicas para que alunos e familiares possam adotar medidas simples de reduzir o lixo na escola e nas suas residências. Ao final, com a participação de todos, podem ser montados alguns aquecedores de água com garrafas pet. Além disso, pode convidar os pais para contar o que fazem em casa.

• Caso a escola fique próxima de um rio e ele apresente sinais de degradação,
organize atividades de mobilização para chamar a atenção da comunidade para o problema.

• Estimule seus alunos a pesquisar, através de fotos, relatos ou outros materiais (p.ex., jornais de bairro), fatos que ajudem a reconstruir a história do rio e a forma como a comunidade se relaciona com ele.

• Convide um funcionário de companhia de limpeza para que ele vá até a escola e converse com pais e alunos sobre a importância de manter o rio limpo, como também explique os problemas causados pela poluição.

• Organize um ato simbólico – um “Abraço ao Rio”, com a presença dos alunos e responsáveis, para mostrar o desejo coletivo de mudança.

• Divulgue o trabalho em rádios e jornais comunitários.

• Promover com o apoio dos professores de educação física uma sessão de atividades físicas para pais e responsáveis, como forma de mostrar que atitudes simples de nosso cotidiano, como, p.ex., deixar o carro em casa e ir para determinado local caminhando ou de bicicleta, pode ajudar a diminuir a degradação do meio ambiente. Além disso, a ação pode servir também como forma de incentivar a prática de atividades esportivas, importantes para uma melhor qualidade de vida.

• “Giro pela escola”: alunos - com apoio da direção, professores e voluntários -, levam os pais para uma visita pela escola, mostrando o ambiente em que estudam, se divertem, o que estão aprendendo e outras atividades (extracurriculares) desenvolvidas na escola (se houver).

• Peça a ajuda dos pais para auxiliar os alunos na montagem de peças teatrais, nas quais sejam discutidas questões próprias do cotidiano da escola. Além disso, as representações podem retratar também o comportamento usual dos responsáveis e o comportamento desejado (esse seria uma forma de passar, com uma linguagem artística, a mensagem sobre a importância de uma maior participação da família).

• Convidar pais e avós de alunos para um bate-papo sobre as brincadeiras infantis do passado, como peão, bola de gude, amarelinha, entre outras, reproduzindo tais brincadeiras.

• Preparar uma reunião com crianças e alunos para levantar sugestões para a escola (alunos serão os relatores à comunidade escolar às famílias presentes).

• “Prestação de contas”: escola apresenta painel aos pais com dados sobre IDEB (avanços, como melhorar, etc.).

• Criar atividades para verificar se os pais sabem como os filhos estão aprendendo (p.ex. propor um game para os pais e responsáveis, onde será perguntado a eles se sabem o que é o IDEB e qual a nota da escola, se acompanham o dever de casa dos filhos, bem como suas notas, se participam das reuniões, entre outras questões).

2) Sugestões de atividades especiais:

• “Festival de Arte”: convide os pais “talentosos” e organize um festival de artes com os alunos, explorando os elementos culturais da localidade – música, artesanato, dança, culinária. Para essa ocasião podem também ser buscados parceiros locais – como, por exemplo, companhia de dança e teatro locais.

• Aproveite a habilidade de alguns pais (aquela mãe que é conhecida por cozinhar bem, o pai que toca violão, a vovó que sabe bordar muito bem), para que eles participem da data, fazendo alguma apresentação e/ou oficina.

• Propor uma pesquisa da identidade cultural e familiar de cada aluno. História da família, profissões, credo, onde e em que condições vivem, os aspectos positivos (atitudes criativas, de solidariedade, de união etc.) e negativos (violência intrafamiliar, alcoolismo, desemprego etc.), os momentos de transformação e mudança na família, a relação da família e da comunidade com a escola. Com esse material, pode-se organizar uma apresentação, preparada pelos alunos para os pais, fazendo um grande resgate da história da comunidade e de sua forma de relacionamento com a escola.

• Criar uma campanha de mobilização para valorização da escola, com a confecção de cartazes e faixas, pelos alunos e familiares, para serem afixados nos murais e no muro externo da escola. Podem ser produzidos também pequenos folhetos para serem distribuídos aos pais.

• A culminância dessa campanha pode ser um convite aos pais e responsáveis para que participem das atividades da escola e possam, dessa forma, conhecer melhor os profissionais e a instituição de ensino de seu filho.

• Organizar palestras para os pais e responsáveis. As temáticas abordadas podem ser relacionadas diretamente a participação da família no cotidiano escolar das crianças, ou ainda discorrer sobre aspectos que, embora não diretamente vinculado, também são importantes para um satisfatório desempenho escolar, como, por exemplo, saúde, hábitos de higiene, relacionamento intrafamiliar etc.

• As palestras poderão ser ministradas por professores da própria escola, ou por voluntários – profissionais da área de saúde, entre outros.

• Preparar um dia de atividades físicas, com o apoio de parceiros locais – p.ex. clubes e academias –, buscando integrar pais e filhos, com campeonatos de vôlei, basquete, futsal e handebol, ou com oficinas de ginástica e capoeira. Essas atividades podem ser desenvolvidas na escola, ou ainda utilizar instalações públicas e/ou clubes da redondeza.

• Organizar, conforme disponibilidade, uma série de oficinas para serem oferecidas a comunidade, com o apoio de professores, voluntários e parceiros locais. Podem ser realizadas oficinas de noções básicas de informática, artesanato (com foco em geração de renda), culinária, noções de responsabilidades e limites, entre outros.

• Saúde: apresentar problemas diagnosticados pela escola e trazer especialistas para debate

• Convidar um nutricionista para fazer uma oficina para os pais e responsáveis, para melhor aproveitamento de verduras e legumes.

• Organizar um evento alegre e festivo, com a participação de pais, professores, alunos e pessoas da comunidade, no qual todos são convidados a plantar mudas de árvores nativas nas dependências da escola, caso haja espaço, e/ou também nos seus arredores.

Referências bibliográficas
Revista Nova Escola

SUGESTÕES DE LIVROS

GUIA PARA PREVENIR ABUSO SEXUAL
GUIA ESCOLAR-
O ABUSO SEXUAL DA CRIANÇA. UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR- Timan Furniss. Ed artes Médicas
O FIM DO SILÊNCIO NA VIOLÊNCIA FAMILIAR
Dalka Ferrari e Tereza Vecina. Ed. Ágora
CRIANÇAS VITIMIZADAS: A SÍNDROME DO PEQUENO PODER – Maria Amélia Azevedo e Viviane Nogueira Guerra. Ed. Iglu.
FILMES:
MENINOS DE RUA
UM SONHO POSSÍVEL;
UM AMOR PARA RECORDAR;
MALDITO CORAÇÃO;
A EXCÊNTRICA FAMÍLIA DE ANTÔNIA
ABUSO SEXUAL;
MARCAS DO SILÊNCIO;
EU EXISTO;
PRECIOSA.

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