sexta-feira, 5 de março de 2021

O cyberbullying é um tipo de bullying



O cyberbullying é um tipo de bullying – uma violência unilateral e repetitiva – que ocorre 
no ambiente cibernético (cyber), ou seja, na internet e em outros meios eletrônicos de comunicação. Logo, trata-se de assédios e perseguições de uma ou várias pessoas contra um indivíduo. A seguir, entenda mais o que é o cyberbullying e como ele ocorre:

             Características

Atualmente, as relações sociais estão interligadas e mediadas pela internet. Consequentemente, diversos tipos de comportamento que são presentes na vida cotidiana aparecem também nesse meio – incluindo o bullying. Assim, surge o cyberbullying. Veja abaixo como identificá-lo:

·                 Repetição: esse tipo de assédio ocorre sempre de modo repetido e, por isso, acontece em ambientes de convívio contínuo. Geralmente, a pessoa não possui modos de sair desse lugar ou possui alguma ligação emocional. Por exemplo, um adolescente pode sofrer bullying na escola e ser perseguido também em suas redes sociais, ocorrendo o cyberbullying.

·                 Unilateralidade: o cyberbullying não é uma briga – ou seja, não há duas partes que se agridem mutuamente. Ao contrário, ele se faz de modo que o indivíduo que é vítima não possua condições de revidar ou de acabar com o assédio repetido.

·                 Anonimato: no caso da internet, os agressores podem se valer do anonimato, difamando e humilhando a vítima sem se identificarem. Nas redes sociais, por exemplo, são bem conhecidas as práticas dos fakes, em que é possível atacar alguém sem ela saber quem é.

·                 Ausência do contato facial: mesmo que o agressor não se valha do anonimato, o cyberbullying é feito na internet, sem contatos face a face. Assim, isso pode fazer com que o indivíduo faça coisas que não teria coragem de fazer pessoalmente, piorando as humilhações e o assédio.

·                 Preconceito social: frequentemente, o bullying ocorre motivado por preconceitos fundamentados em desigualdades sociais. Logo, os assédios acabam tendo como alvo indivíduos que são mulheres, gays, lésbicas, transsexuais, negros, indígenas, deficientes, e outros marcadores sociais.

Desse modo, “piadas”, “brincadeiras” e agressões verbais que ofendem e perseguem um indivíduo podem ser um cyberbullying. Portanto, conseguir identificá-lo é um primeiro passo para se sensibilizar com o tema e propor possíveis soluções.

                  Consequências

O cyberbullying, assim como o bullying em geral, traz consequências negativas principalmente para a vítima, mas também aos agressores. Abaixo, veja alguns desses efeitos que tornam esse um assunto importante a ser discutido:

·                 Problemas psicológicos: algumas das consequências para a vítima incluem depressão, redução da autoestima, falta de apetite e isolamento social. Portanto, essa experiência do cyberbullying acabam causando marcas na saúde mental que prejudicam o indivíduo.

·                 Repetição do problema: as consequências psicológicas do cyberbullying podem permanecer em uma pessoa por muitos anos. Logo, os problemas que foram desencadeados no momento dos assédios podem se repetir e acompanhar o indivíduo como um trauma.

·                 Intolerância: do lado agressor, a realização do bullying demonstra uma atitude de intolerância para com o outro. Essa postura foi aprendida socialmente, e ela dificulta o estabelecimento de relações interpessoais mais saudáveis para o próprio agressor.

·                 Desarmonia coletiva: estar em um ambiente em que ocorre a todo momento o cyberbullying ou o bullying de modo geral cria o sentimento de hostilidade e desarmonia. Assim, não somente a vítima e o agressor, mas todos ao redor saem prejudicados.

Portanto, há muitos aspectos envolvidos no cyberbullying – incluindo aqueles que não são os agressores, mas os que se isentam do problema e acabam se tornando cúmplices. Assim, todas as pessoas devem se responsabilizar por essa questão, uma vez que ela causa prejuízos coletivos.

                   Como evitar



A essa altura, é possível imaginar alguns modos de evitar, se precaver ou de tentar encaminhar possíveis soluções ao problema. Seja como vítima, agressor ou alguém que simplesmente assiste ao cyberbullying, veja abaixo algumas sugestões:

·                 Conversar sobre o problema;

·                 Pedir ajuda a família, amigos e professores;

·                 Procurar materiais na internet que discutam o tema;

·                 Buscar um psicólogo;

·                 Não se isentar do problema, ao identificá-lo;

·                 Denunciar o cyberbullying;

·                 Não reproduzir o cyberbullying;

·                 Entender as consequências negativas dessa agressão;

·              Escutar como as pessoas se sentem em relação a esse tipo de violência;

·                 Propor debates sobre o tema em grupos ou na escola.

        Cyberbullying no Brasil



Para pensar sociologicamente o cyberbullying, podemos fazer algumas perguntas: o que consideramos engraçado? O que é que as pessoas acham jocoso, bizarro ou mesmo humilhante? Por que “ser” de um jeito é estranho ou motivo de riso, e outros modos não são?

Geralmente, essa resposta tem relação com as desigualdades sociais. Por exemplo, existem muitas palavras que visam ofender homossexuais. Por outro lado, quantos termos equivalentes existem para heterossexuais?

Ou, ainda: existem muitas palavras com conotação sexual para ofender mulheres. Todavia, não há muitas delas que sejam usadas para atacar os homens. Em outras palavras, os palavrões e as chacotas geralmente têm a ver com a história das desigualdades de uma sociedade.

Logo, aprendemos, desde criança, que “ser” de uma determinada forma é ofensivo, e de outros modos não. No Brasil, as desigualdades sociais de gênero, de raça ou de sexualidade são frequentemente as razões do bullying virtual.

Dados



Um estudo publicado em 2011 (1) mostra como o cyberbullying está presente na escola. Assim, vídeos gravados fora do ambiente escolar podem acabar sendo divulgados, tornando-se razão de humilhação e assédio dentro dele.

Conforme o Ipsos (2), o Brasil é o segundo país com a maior ocorrência de cyberbullying no mundo, ficando apenas atrás da Índia. Na pesquisa, as crianças foram grandes vítimas de bullying virtual, principalmente nas redes sociais.

Pelo menos até 2019 (3), uma das principais plataformas de casos de cyberbullying foi relatado ser o Facebook. Portanto, as relações entre alunos na escola não se encerram em seus muros – ao invés disso, com as redes sociais, elas se estendem para outros âmbitos da vida cotidiana.

A ética começa sempre quando o outro está envolvido na relação – mesmo no ambiente virtual. Sendo assim, é importante que o cyberbullying seja discutido em conjunto com a responsabilidade social na internet, em um mundo cada vez mais intrincado nela.

Fonte: https://www.todoestudo.com.br/sociologia/cyberbullying

 

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