Objetivo:
Caracterizar os tipos e gêneros textuais.
Atividades como essas, além da caracterização dos tipos textuais, podem ser treinados gêneros textuais, leitura oral dos mesmos, análise das características individuais de cada um, trabalhar o suporte do texto, autor(es), discurso direto e indireto, entre outras.
Texto
01- Terra: o planeta da vida
Até o momento, não se
conhece nenhum outro lugar do Universo, além da Terra, que reúna condições para
a existência de vida. As atividades humanas no nosso planeta, porém, têm
reduzido cada vez mais essas condições.
O crescimento constante da
população e o conseqüente aumento do consumo vêm causando a destruição
progressiva dos recursos disponíveis e modificando rapidamente o ambiente.
A maioria dos seres vivos
só se utiliza daquilo que realmente precisa para subsistir. O homem não, pois
com seus instrumentos e máquinas é capaz de multiplicar infinitamente o
trabalho que seria feito por um só indivíduo. Assim, ele se apropria intensa e
rapidamente dos recursos e rompe o equilíbrio frágil e extremamente complexo da
natureza. Desse modo, prejudica os demais seres vivos, ocasionando, muitas
vezes, sua total destruição.
Na verdade, somos uma
espécie diferente das demais; podemos viajar tanto pela terra, quanto pela água
ou pelo ar, utilizando aparelhos sofisticados, que exigiram anos de pesquisa,
testes e materiais especiais para serem construídos. Essas e outras invenções,
sem dúvida, revelam a inteligência o ser humano e sua capacidade de adaptar-se
às mais diversas condições ambientais. Potencialmente somos capazes de tornar
habitável tanto o fundo do mar, quanto o alto do Himalaia ou o Deserto do
Saara.
O número de habitantes do
planeta, porém, cresce sem parar, e muitas áreas produtivas da Terra já foram,
e continuam sendo ocupadas sem planejamento e exploradas de modo inadequado. Se
continuarmos a agir assim, esgotando os recursos da natureza, em pouco tempo só
restarão na Terra ambientes impróprios para a vida e sem possibilidade de
recuperação.
Mas uma espécie como a
nossa, capaz de realizações magníficas no campo das Artes, das Ciências e da
Filosofia, deverá saber organizar-se e encontrar soluções adequadas para
garantir sua permanência na Terra.
Magalhães
Mattos e Abrão. São Paulo: Scipione, 1991.
Texto 02- EM CÓDIGO (Fernando Sabino)
1.Fui chamado ao telefone. Era o
chefe de escritório de meu irmão:
2.– Recebi, de Belo Horizonte, um
recado dele para o senhor. É uma mensagem meio esquisita, com vários
itens, convém tomar nota. O senhor tem um lápis aí?
3.– Tenho. Pode começar.
4.– Então lá vai. Primeiro: minha
mãe precisa de uma nora.
5.– Precisa de quê?
6.– De uma nora.
7.– Que história é essa?
8.– Eu estou dizendo ao senhor
que é um recado meio esquisito. Posso continuar?
9.- Continue.
10.– Segundo: pobre vive de
teimoso. Terceiro: não chora, morena, que eu volto.
11.– Isso é alguma brincadeira.
12.– Não é não. Estou repetindo o
que ele escreveu. Tem mais. Quarto: sou amarelo, mas não opilado. Tomou nota?
13.– Mas não opilado – repeti,
tomando nota. – Que diabo ele pretende com isso?
14.– Não sei não senhor. Mandou
transmitir o recado, estou transmitindo.
15. – Mas você há de concordar
comigo que é um recado meio esquisito.
16. – Foi o que eu preveni ao
senhor. E tem mais. Quinto: não sou colgate, mas ando na boca de muita
gente. Sexto: poeira é a minha penicilina. Sétimo: carona, só de saia.
Oitavo…
17.– Chega! – protestei
estupefato. – Não vou ficar aqui tomando nota disso, feito idiota.
18.- Deve ser carta em código, ou
coisa parecida – e ele vacilou: Estou dizendo ao senhor que também não
entendi, mas enfim… Posso continuar?
19.– Continua. Falta muito?
20.– Não, está acabando: são
doze. Oitavo: vou, mas volto. Nono: chega à janela, morena. Décimo: quem fala
de mim tem mágoa. Décimo primeiro: não sou pipoca mas também dou meus
pulinhos.
21.– Não tem dúvida, ficou
maluco.
22.– Maluco não digo, mas como o
senhor mesmo disse, a gente até fica com ar meio idiota… Está acabando, só
falta um. Décimo segundo: Deus, eu e o Rocha.
23.– Que Rocha?
24.– Não sei. É capaz de ser a
assinatura.
25.– Meu irmão não se chama Rocha,
essa é boa!
26.– É, mas que foi ele que
mandou, isso foi.
27.Desliguei, atônito, fui até
refrescar o rosto com água, para poder pensar melhor. Só então me lembrei.
Haviam-me encomendado uma crônica sobre essas frases que os motoristas
costumam pintar, como lema, à frente dos caminhões . Meu irmão, que é
engenheiro e viaja sempre pelo interior fiscalizando obras, prometera
ajudar-me, recolhendo em suas andanças farto e variado material. E ele
viajou, o tempo passou, acabei esquecendo completamente do trato, na
suposição de que o mesmo lhe acontecera.
28.
Agora, o material ali estava. Era só fazer a crônica. Deus, eu e o Rocha! Tudo
explicado! Rocha era o motorista, Deus era Deus mesmo, e eu, o caminhão.
Texto 3
Cidadezinha
Mário
Quintana
Cidadezinha
cheia de graça...
Tão
pequenina que até causa dó...
Com
seus burricos a pastar na praça...
Sua
igrejinha de uma torre só...
Nuvens
que vêm, nuvens e asas,
Não
param nunca, nem um só segundo...
E
fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica
cismando como é vasto o mundo !
Eu
que de longe venho perdido,
Sem
pouso fixo (a triste sina! ),
Ah,
quem me dera ter lá nascido !
Lá
toda a vida poder morar !
Cidadezinha...
Tão pequenina
Que
toda cabe num só olhar !
Vocabulário-
cismar – pensar sina
- destino, sorte vasto
- grande, muito extenso
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