quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Treinando caracterização de tipos de textos

Objetivo: Caracterizar os tipos e gêneros textuais.

Atividades como essas, além da caracterização dos tipos textuais, podem ser treinados gêneros textuais, leitura oral dos mesmos, análise das características individuais de cada um, trabalhar o suporte do texto, autor(es), discurso direto e indireto, entre outras.


Texto 01-  Terra: o planeta da vida


Até o momento, não se conhece nenhum outro lugar do Universo, além da Terra, que reúna condições para a existência de vida. As atividades humanas no nosso planeta, porém, têm reduzido cada vez mais essas condições.
O crescimento constante da população e o conseqüente aumento do consumo vêm causando a destruição progressiva dos recursos disponíveis e modificando rapidamente o ambiente.
A maioria dos seres vivos só se utiliza daquilo que realmente precisa para subsistir. O homem não, pois com seus instrumentos e máquinas é capaz de multiplicar infinitamente o trabalho que seria feito por um só indivíduo. Assim, ele se apropria intensa e rapidamente dos recursos e rompe o equilíbrio frágil e extremamente complexo da natureza. Desse modo, prejudica os demais seres vivos, ocasionando, muitas vezes, sua total destruição.
Na verdade, somos uma espécie diferente das demais; podemos viajar tanto pela terra, quanto pela água ou pelo ar, utilizando aparelhos sofisticados, que exigiram anos de pesquisa, testes e materiais especiais para serem construídos. Essas e outras invenções, sem dúvida, revelam a inteligência o ser humano e sua capacidade de adaptar-se às mais diversas condições ambientais. Potencialmente somos capazes de tornar habitável tanto o fundo do mar, quanto o alto do Himalaia ou o Deserto do Saara.
O número de habitantes do planeta, porém, cresce sem parar, e muitas áreas produtivas da Terra já foram, e continuam sendo ocupadas sem planejamento e exploradas de modo inadequado. Se continuarmos a agir assim, esgotando os recursos da natureza, em pouco tempo só restarão na Terra ambientes impróprios para a vida e sem possibilidade de recuperação.
Mas uma espécie como a nossa, capaz de realizações magníficas no campo das Artes, das Ciências e da Filosofia, deverá saber organizar-se e encontrar soluções adequadas para garantir sua permanência na Terra.

Magalhães Mattos e Abrão. São Paulo: Scipione, 1991.

Texto 02-   EM CÓDIGO (Fernando Sabino)

1.Fui chamado ao telefone. Era o chefe de escritório de meu irmão:
2.– Recebi, de Belo Horizonte, um recado dele para o senhor. É uma mensagem meio esquisita, com vários itens, convém tomar nota. O senhor tem um lápis aí?
3.– Tenho. Pode começar.
4.– Então lá vai. Primeiro: minha mãe precisa de uma nora.
5.– Precisa de quê?
6.– De uma nora.
7.– Que história é essa?
8.– Eu estou dizendo ao senhor que é um recado meio esquisito. Posso continuar?
9.- Continue.
10.– Segundo: pobre vive de teimoso. Terceiro: não chora, morena, que eu volto.
11.– Isso é alguma brincadeira.
12.– Não é não. Estou repetindo o que ele escreveu. Tem mais. Quarto: sou amarelo, mas não opilado. Tomou nota?
13.– Mas não opilado – repeti, tomando nota.  – Que diabo ele pretende com isso?
14.– Não sei não senhor. Mandou transmitir o recado, estou transmitindo.
15. – Mas você há de concordar comigo que é um recado meio esquisito.
16. – Foi o que eu preveni ao senhor. E tem mais. Quinto: não sou colgate, mas ando na boca de muita gente. Sexto: poeira é a minha penicilina. Sétimo: carona, só de saia. Oitavo…
17.– Chega! – protestei estupefato. – Não vou ficar aqui tomando nota disso, feito idiota.
18.- Deve ser carta em código, ou coisa parecida – e ele vacilou: Estou dizendo ao senhor que também não entendi, mas enfim… Posso continuar?
19.– Continua. Falta muito?
20.– Não, está acabando: são doze. Oitavo: vou, mas volto. Nono: chega à janela, morena. Décimo: quem fala de mim tem mágoa. Décimo primeiro: não sou pipoca mas também dou meus pulinhos.
21.– Não tem dúvida, ficou maluco.
22.– Maluco não digo, mas como o senhor mesmo disse, a gente até fica com ar meio idiota… Está acabando, só falta um. Décimo segundo: Deus, eu e o Rocha.
23.– Que Rocha?
24.– Não sei. É capaz de ser a assinatura.
25.– Meu irmão não se chama Rocha, essa é boa!
26.– É, mas que foi ele que mandou, isso foi.
27.Desliguei, atônito, fui até refrescar o rosto com água, para poder pensar melhor. Só então me lembrei. Haviam-me encomendado uma crônica sobre essas frases que os motoristas costumam pintar, como lema, à frente dos caminhões . Meu irmão, que é engenheiro e viaja sempre pelo interior fiscalizando obras, prometera ajudar-me, recolhendo em suas andanças farto e variado material. E ele viajou, o tempo passou, acabei esquecendo completamente do trato, na suposição de que o mesmo lhe acontecera.
28.        Agora, o material ali estava. Era só fazer a crônica. Deus, eu e o Rocha! Tudo explicado! Rocha era o motorista, Deus era Deus mesmo, e eu, o caminhão.


Texto 3
Cidadezinha

Mário Quintana

Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó...
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que vêm, nuvens e asas,
Não param nunca, nem um só segundo...
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo !
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina! ),
Ah, quem me dera ter lá nascido !
Lá toda a vida poder morar !
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar !

Vocabulário- cismar – pensar          sina - destino, sorte       vasto - grande, muito extenso



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