Comece a Semana de Conscientização falando sobre o centenário de Nelson Mandela. Questione os alunos- adaptando para determinada série- sobre o que conhecem da vida desse homem. Sonde e exponha no quadro ou no mural um esquema a biografia. Pergunte se os alunos conhecem mais personalidades negras importantes na comunidade. Vá anotando e depois exponha no mural. A partir daí, vá listando as conquistas dos negros e, como parte delas, o Dia 20 de Novembro.
Mandela em foto presidencial Foto:Reprodução
Imagem retirada do Google dia 16/10/2018. Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/nelson-mandela.phtml
Ninguém nasce
odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem
ser ensinadas a amar.
100 ANOS DE NELSON MANDELA
Contra um regime odioso, ele usou de guerra e paz - e nunca se arrependeu.
A vida de Nelson Mandela é
um filme com roteiro mundialmente conhecido - e final feliz. Nascido há exatos
100 anos, ele foi idolatrado em seu país, tratado como celebridade por
políticos e artistas do mundo inteiro e homenageado com cerca de 250 prêmios
(inclusive o Nobel da Paz, em 1993). Preso mais importante do século 20, deixou
a cadeia após 27 anos para acabar com o regime racista do apartheid e liderar a
transição política que evitou uma guerra civil na África do Sul. Mas ele é um
homem muito mais complexo do que o andar arrastado e o eterno sorriso tranquilo
no rosto dão a entender.
O
apartheid começou oficialmente em 1948. O líder, porém, já nasceu em um país
dividido. Desde 1913, a Lei das Terras Nativas reservava 87% da então União
Sul-Africana para os brancos. E foi em área negra da nação xhosa, no território
de Transkei, que, em 18 de julho de 1918, o chefe da tribo dos tembus, Gadla
Henry Mphakanyiswa, ou Henry Mandela, teve um de seus 13 filhos - o primeiro
com Nosekeni Fanny, a terceira de suas quatro esposas. O pai batizou-o de
Rolihlahla (ou "encrenqueiro"). Feliz pelo bebê, matou um bode e
pendurou os chifres na sala.
Rolihlahla
passou os primeiros anos da infância em Mvezo, que ele descreve como "uma
minúscula aldeia afastada do mundo dos grandes eventos, onde se vivia da mesma
forma havia centenas de anos". Sua vida ficou mais difícil quando Henry
brigou com um juiz branco e foi afastado do trono. E pior: ficou órfão de pai
aos 9 anos. Jongintaba, o príncipe regente dos tembus, tornou-se seu padrinho.
A essa altura, o menino já usava o nome Nelson, escolhido por uma professora
branca da escola metodista de elite que frequentou. Ele foi o primeiro de sua
família a estudar, a partir dos 7 anos. Aos 16, submeteu-se à circuncisão e a
um período de reclusão numa caverna, com o corpo pintado de branco em sinal de
pureza. Era o início da vida adulta. Em 1938, seguiu para Fort Hare. Era a
única universidade negra do país. Lá ele conheceu membros do Congresso Nacional
Africano (o CNA, fundado em 1912), como Oliver Tambo, e deu início à atuação
política. No segundo ano do curso de Direito, aderiu ao movimento por melhorias
na faculdade e acabou expulso. Jongintaba, então, arranjou-lhe um casamento.
Inconformado, Nelson fugiu para Joanesburgo em 1941, onde arrumou emprego em
uma mina de carvão.
Militante
O rapaz logo perdeu o posto (o chefe não queria problemas com o
príncipe), mas conheceu Walter Sisulo, o dono de uma imobiliária, que lhe
conseguiu uma vaga de estagiário num escritório de advocacia. Nessa época,
morava em Alexandra, uma das favelas mais precárias e violentas da cidade. Em
1942, foi estudar Direito em Witwatersrand. Depois de seis anos, empacou nos
testes finais e ficou sem diploma (o que não o impediu de advogar). Ainda na
universidade, em 1944, casou-se com uma prima do mentor Sisulu, Evelyn Ntoko
Mase, a primeira de três esposas. A encrenca teimava a segui-lo: no mesmo ano
ajudou a fundar a Liga Jovem do CNA, que presidiria depois. A instituição do
apartheid, em 1948, levaria Nelson Mandela a radicalizar a militância e liderar
uma campanha de desobediência civil nos anos seguintes. Ele ajudou a consolidar
a resistência ao regime como um movimento de massas.
O massacre de Sharpeville, 21 de março de
1960 Getty Images
Tinha dois filhos e pouco dinheiro, mas estava totalmente dedicado à
política - em reuniões, comícios e como advogado. Mal aparecia em casa. Seu
filho Thembi, aos 5 anos, perguntou à mãe: "Onde papai mora?" Mandela
e Tambo abriram o primeiro escritório para negros no país, em 1953.
Não demorou para que ele defendesse a luta armada. Dali a três anos,
preso, acusado de alta traição (foram várias detenções antes dessa), já levava
uma vida praticamente clandestina. O julgamento se estenderia até 1961. Ele e
outras 150 pessoas acabaram inocentadas. Nesse ano, fundava a guerrilha da CNA,
a Umkhonto we Sizwe, ou Lança da Nação. Entre 1961 e 1962, Mandela comandava os
ataques que o levariam de volta à cadeia. Ao lado de sete militantes, em junho
de 1964, foi sentenciado à prisão perpétua por terrorismo.
Foram 27 anos recluso, sem se aquietar. Escrevia cartas exortando os
companheiros à resistência. Na mais famosa, de 1980, clamava: "Unam-se!
Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo
que é a luta armada, devemos esmagar o apartheid!" O líder, porém,
dedicou-se principalmente a entender os pais do regime segregacionista: os
africânderes. Tornou-se progressivamente adepto da diplomacia, marcado pela
experiência na prisão. Nos anos 1980, já não era possível conter o movimento
negro. O país enfrentava sérios conflitos, além da forte pressão internacional.
Em 2 de fevereiro de 1990, o presidente Frederik de Klerk revertia o banimento
do CNA. Mandela foi libertado nove dias depois.
Presidente
Em 10 de maio de 1994, aos 75 anos, ele tomou posse como o primeiro
presidente negro da África do Sul, estreante no sufrágio universal. Conduziu
com sucesso a unificação de um país rachado. "Sem a liderança firme e
equilibrada de Mandela, o país teria entrado em guerra civil. Os brancos ainda
tinham o dinheiro e as armas e os negros queriam vingança", diz Marc Ross,
cientista político americano. Obteve conquistas importantes, como tirar da
legislação o ranço segregacionista e, com uma nova constituição, consolidar a
democracia. Promoveu reformas econômicas essenciais e profissionalizou o
turismo e a mineração. Conseguiu reduzir significativamente as favelas e
ampliar o acesso a saneamento básico e energia elétrica.
Mandela e de Klerk Wikimedia Commons
Ao deixar o posto após um só mandato, em 1999, manteve-se como um
semideus para os conterrâneos. Era ouvido sobre todos os assuntos, amigo de
figurões como Bill Clinton e Robert De Niro e atuava nas ONGs que criou.
"Ele aprecia ser visitado por todo tipo de artista, mas de alguns
realmente gosta. É fã de Britney Spears", diz Mac Maharaj, ex-colega de
prisão e ex-ministro dos Transportes. Em 2004, aposentou-se da vida pública.
Morreu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos.
Polêmicas
Oito pontos obscuros da biografia do
líder
1. Acessos de raiva
Ele se tornou um pacifista, porém nunca foi um pacato. Ao sair da
prisão, em fevereiro de 1990, Mandela sorria e acenava, mas tinha acabado de
gritar e discutir com a esposa, Winnie, que atrasou a apresentação em duas
horas porque estava no cabeleireiro (a demora gerou suspeitas de que ele não
seria solto e provocou um quebra-quebra em Joanesburgo). O jovem Nelson era
conhecido como um boxeador implacável, embora nunca tenha participado de um
torneio. O estilo agressivo e direto que usava no esporte, levou também à
política. Costumava cancelar reuniões quando não gostava do rumo que estavam
tomando - especialmente na Liga Jovem da CNA. Há vários relatos de episódios
que o tiraram do sério. Quando confrontado pela primeira mulher, Evelyn, a
respeito de seus casos extraconjugais, ele ficou extremamente irritado, mudou
sua cama para a sala e deixou de falar com ela. Quando o amigo Walter Sisulu
quis conversar sobre o assunto, ouviu um grito: "Meta-se com a sua
vida!". Já presidente, deu socos na mesa e uma enorme bronca na secretária
Lillian Arrison, que fez fotos sensuais e deu uma entrevista à revista Hustler.
2. Don Juan
É comum desposar várias mulheres ao mesmo tempo em certas tribos
africanas. Mandela casou-se três vezes. Embora tenha se separado antes de cada
nova união, carrega a fama de mulherengo. "É verdade que ele dedicara sua
vida ao CNA, mas essa dedicação incluía também alguns elementos femininos do
movimento", afirma o colega de cela Mac Maharaj em Mandela -
Retrato Autorizado. Questionado sobre o que escreveu, o autor disse que,
"das várias mulheres que, imaginava-se, foram amantes dele, o nome mais
citado é o de Esme Matshikiza. Ela nunca confirmou, mas era vista com ele com
muita frequência, a qualquer hora do dia ou da noite". Aparentemente,
Evelyn, a primeira mulher do líder, tinha suas razões para cobrar fidelidade do
marido. Ela o abandonou em 1957, após 13 anos de união e quatro filhos.
"Já estávamos nos desentendendo antes da minha militância aumentar. A
partir do momento em que ela se tornou testemunha de Jeová, tínhamos visões de
mundo diferentes", afirmou o ex-presidente. Em 1958, ele se casou com
Winnie Madikizela. A união de 34 anos só consistiu em cinco de convívio efetivo
- dessa vez, ela é que foi infiel (acusada de corrupção, o divórcio foi muito
polêmico). Em 1998, aos 80 anos, desposou Graça Machel, ex-primeira-dama de
Moçambique. Dos seis filhos do líder, três estão vivas - Makaziwe, 64 anos
(com Evelyn), Zenani, 59, e Zindziswa, 58 (do segundo casamento). Winnie
reclamou algumas vezes que o ex-marido não é acessível a elas. Em 1969, preso,
ele não foi autorizado a ir ao enterro do primogênito, Thembi, vítima de um
acidente de carro. "Minhas escolhas políticas exigiram de mim e de muitos
outros líderes alguns sacrifícios pessoais. Sinto muito por não ter ajudado a
criar meus filhos", disse certa vez.
3. Conforto merecido
Nos últimos dois anos de prisão, Mandela foi mantido em uma casa com
piscina na cidade de Paarl. Ali recebeu visitantes como o ex-colega de cela
Tokyo Sexwale, que perguntou a ele por que tinha uma TV na cozinha - era um
micro-ondas. Acordava às 4h30, arrumava a própria cama e caminhava, hábitos que
adquiriu na cadeia e nunca mais abandonou, nem em hotéis de luxo. Vestido com
ternos finos (vaidoso, gostava de usá-los ainda antes de ser detido), recebia
ou visitava autoridades já no processo de negociação pelo fim do apartheid. Mas
o relativo conforto demorou a chegar. Na primeira cela que ocupou em Robben
Island, após a condenação à prisão perpétua, em 1964, dormia sobre uma esteira,
com os pés e a cabeça quase tocando as paredes: ele tinha 1,85 m de
altura. Usava calças curtas (cobrindo o joelho), inadequadas para a umidade e
as temporadas mais frias no local. Por oito anos tomou banho gelado. Costumava
sair da cela (onde permaneceu 18 anos) para cumprir jornadas de trabalho
forçado, quebrando pedras de cal no pátio. Aos poucos, Mandela conquistou
certas regalias, mas sempre fez questão de que fossem estendidas aos
companheiros. Ao fim dos anos 1970, já tinha roupas melhores, uma cama de
verdade e autorização para circular nas áreas comuns em certas ocasiões. Em
1982, foi transferido para Pollsmor, onde dividiu cela com outros ativistas do
movimento negro. Lia muito, recebia familiares esporadicamente, jogava damas e
futebol com os colegas - começou como atacante, mas logo encontrou a posição
ideal: bandeirinha. "Várias dessas melhorias nas condições de alimentação e
hospedagem foram repassadas não só para Robben Island como para todos os outros
presídios do país", diz John Carlin em Conquistando o Inimigo.
4. De inimigo a parceiro
Quando a libertação do líder era dada como certa, parte do movimento
negro temia as consequências. "Murmurava-se em alguns círculos que talvez
fosse melhor assassiná-lo antes que pudesse ser solto porque era mais valioso
como um ícone na prisão do que seria se viesse a se mostrar humano
demais", afirma o bispo Desmond Tutu em Mandela - Retrato
Autorizado. Mas, livre, ele foi capaz de superar o desejo de vingança. Na
cadeia, havia estudado a cultura branca, inclusive no contato com os guardas.
Chegou a aprender africâner, a língua dos boêres. "É claro que ele não
esqueceu seu povo, mas tentou reduzir o espírito de revanchismo em nome da
união nacional", diz John Stone. A aproximação gradual com o presidente P.
W. Botha (mantida em segredo por um bom tempo) causou ressentimento entre
certos colegas que lutavam na clandestinidade ou no exílio. Enquanto ele se
reunia com representantes do governo, Winnie, por exemplo, comandava atentados
contra o regime. Mandela sempre admitiu que o esforço para acabar com o
apartheid não foi só dele. Mesmo após a posse na presidência, por incrível que
pareça, ele foi acusado algumas vezes de trair a causa negra. Em 1994, enquanto
seus companheiros pediam o expurgo de toda a equipe do antecessor, Mandela
preferiu manter integrantes do staff de Frederik de Klerk (que até 1996 foi
vice-presidente). A demora em dispensar Johann van der Merwe, um oficial da
polícia (mais tarde condenado por atentados contra ativistas) foi alvo de
ataques. "Com a democracia instalada, todos os prejudicados podem buscar
seus direitos na Justiça. Não precisamos de uma caça às bruxas", afirmou.
Em 1995, instalou a Comissão da Verdade e Reconciliação, que tratou da violação
de direitos humanos sem papel jurídico condenatório. Em outro episódio polêmico
(e bem-sucedido), Mandela promoveu uma campanha de união em torno da seleção de
rúgbi, um esporte tipicamente branco. Num ato em 16 de junho de 1995, chegou a
ser vaiado por usar o boné do time.
5. Terrorista
Até julho de 2008, líderes da CNA, incluindo Nelson Mandela, não podiam
entrar nos Estados Unidos (exceto na sede da ONU, em Nova York) sem uma
autorização especial. Eram considerados terroristas. Ele criou e liderou o
braço armado do partido: Umkhonto we Sizwe, ou Lança da Nação, que realizava
atentados a bomba em marcos do apartheid, como escritórios para a concessão de
passes. "A partir de 1960 (após o massacre de Sharpeville, quando a
polícia abriu fogo contra manifestantes, deixando 69 mortos), ficou claro que
não havia mais espaço para formas não violentas de luta. Aí Mandela tomou a
iniciativa de criar um grupo armado", afirma Ahmed Mohamed Kathrada,
colega de cela do ex-presidente. "Mas ele nunca quis matar civis
inocentes. As bombas eram colocadas à noite, em locais estratégicos, como
cabines telefônicas e entradas de prédios públicos, quando estavam vazios. O
objetivo era abalar o moral do regime, e não matar." Ainda assim, segundo
ele, essas ações deixaram 14 mortos e 86 feridos. O guerrilheiro era fã de Che
Guevara e fazia questão de exibir uma barba. Durante três meses de 1962, fez
treinamento militar na Argélia. "Ele era um admirador confesso da
Revolução Cubana", diz o sociólogo John Stone, especialista em África da
Universidade de Boston. "E se identificava com Fidel Castro. Assim como
ele, Mandela era um advogado com padrão de vida acima da média, lutou pelas
causas de seu povo e brilhou nos tribunais quando foi julgado pelo
governo."
6. Carisma providencial
Madiba, como é chamado carinhosamente pelos admiradores, foi uma
pessoa carismática, capaz de fazer qualquer um se sentir à vontade. Falava
pouco de si e tirava o máximo de informações do interlocutor. Usava seu charme
não só para defender os interesses do país como também para conseguir
amenidades. Logo após a libertação, em 1990, ele e sua equipe estavam em um voo
da South African Airlines. Ele ia na primeira classe. Os companheiros, na
econômica. Pediu então para conversar com o piloto, Laurie Kay. "Ele ficou
em pé e me cumprimentou com um aperto de mão. Isso jamais tinha acontecido
comigo e um passageiro e nunca voltou a acontecer", lembraria o piloto.
"Ele explicou que o resto da delegação estava na classe econômica e queria
ver se poderia ter um upgrade." Conseguiu, claro. E Laurie, um branco que
se considerava racista, sabe de cor os assentos onde estavam o líder e a mulher
dele, Winnie: 1D e 1F. "Muitas vezes, Mandela usava seu charme só por
usar. Também com bastante frequência, tentava conseguir alguma coisa em
troca", diz John Carlin em Conquistando o Inimigo. Mac Maharaj
conta que o humor fino do amigo é uma estratégia de autopreservação. "Ao
contar piadas, ele evita falar de si, ao mesmo tempo que deixa as pessoas mais
à vontade para que, assim, elas se comportem como realmente são."
Pragmático e desconfiado, ele inspira confiança. "Quando conversa com
alguém, ele sorri e olha no fundo dos olhos da pessoa, fazendo-a pensar que é a
única coisa importante no mundo naquele momento", diz Maharaj. "Mas,
no fundo, calcula a importância do interlocutor e sempre leva em conta o que
tem a ganhar com aquela relação."
7. Falhas no governo
O primeiro presidente negro da África do Sul encontrou um país
destroçado pelo ressentimento e pelas marcas do racismo. Era inevitável que, em
vários aspectos estruturais, ele não conseguisse avançar muito. "Ele
recebe críticas, sempre indiretas, por não ter conseguido transpor o abismo
social entre brancos e negros. Nesse ponto, brancos acham que perderam demais e
negros que ganharam de menos. Além disso, ele não deu a devida atenção à aids.
Para compensar essa falta, depois da presidência, ele criaria uma ONG dedicada
à doença", afirma o cientista político Marc Howard Ross. Em 2005, Mandela
perdeu um filho infectado com o vírus. "Sua única fraqueza foi sua
inabalável lealdade com antigos camaradas, permitindo que ministros com fraco
desempenho continuassem em seu gabinete", diz Desmond Tutu em Mandela
- Retrato Autorizado. Entre as críticas a seu legado está a falta de
cuidado em preparar quadros para a transição. Apesar de se retirar dignamente
após um único mandato, ele viu o país eleger líderes marcados por graves
acusações de corrupção. Seu sucessor, Thabo Mbeki, renunciou ao mandato sob
pressão de seu próprio partido, o CNA. O atual presidente, Jacob Zuma, responde
por suspeitas que vão do desvio de dinheiro ao estupro de uma jovem aidética.
"Mandela não conseguiu evitar o que mais temia: que os negros se
perpetuassem no poder não necessariamente por mérito, mas porque o apartheid
acabara", afirma Marc Ross. "Politicamente, está claro que a era
Mandela acabou", diz o sociólogo John Stone. Agora, o país precisa
aprender a viver sem ele.
8. Resistência física
Já no fim da vida, Mandela não tinha exatamente uma saúde frágil. Mas os
anos de cadeia cobraram um preço alto de seu organismo. A rotina dura em Robben
Island, onde quebrava pedras, causou um problema nos canais lacrimais que o
impediu de chorar por uma década. Seus olhos eram sensíveis à luz forte -
era pedido que não se usasse flash ao fotografá-lo. As roupas
inadequadas para o frio que vestia na cadeia provocaram doenças respiratórias,
como a tuberculose, que curou na década de 1980. Em 2001, passou sete meses
fazendo radioterapia para tratar de um câncer de próstata - em 1985, ele já
tinha sido operado no local em função de uma suspeita de tumor. Nos últimos
meses de vida, segundo o relato de pessoas próximas, apresentou falhas de
memória e períodos de isolamento.
Fonte:https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/nelson-mandela.phtml. acesso em 16/10/2018.
Obs: Aos poucos, postarei sugestões que podem ser aplicadas na Semana de Consciência Negra.
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