Reforma Ortográfica
Não é de hoje que os integrantes
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pensam em unificar
as ortografias do nosso idioma. Desde o início do século XX, busca-se
estabelecer um modelo de ortografia que possa ser usado como referência
nas publicações oficiais e no ensino. No quadro a seguir tem-se,
resumidamente, as principais tentativas de unificação ortográfica já
ocorridas entre os países lusófonos. No Brasil, note que já houve duas
reformas ortográficas: em 1943 e 1971. Assim, um brasileiro com mais de
65 anos está prestes a passar pela terceira reforma. Em Portugal, a
última reforma aconteceu em 1945.
Cronologia das Reformas Ortográficas na Língua Portuguesa
Séc XVI até ao séc. XX -
Em Portugal e no Brasil a escrita praticada era de caráter etimológico
(procurava-se a raiz latina ou grega para escrever as palavras).
1907 - A Academia Brasileira de Letras começa a simplificar a escrita nas suas publicações.
1910
- Implantação da República em Portugal – foi nomeada uma Comissão para
estabelecer uma ortografia simplificada e uniforme, para ser usada nas
publicações oficiais e no ensino.
1911
- Primeira Reforma Ortográfica – tentativa de uniformizar e simplificar
a escrita de algumas formas gráficas, mas que não foi extensiva ao
Brasil.
1915 - A Academia Brasileira de Letras resolve harmonizar a ortografia com a portuguesa.
1919 - A Academia Brasileira de Letras revoga a sua resolução de 1915.
1924 - A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começam a procurar uma grafia comum.
1929 - A Academia Brasileira de Letras lança um novo sistema gráfico.
1931 -
Foi aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre o Brasil e Portugal,
que visava suprimir as diferenças, unificar e simplificar a língua
portuguesa, contudo não foi posto em prática.
1938 - Foram sanadas as dúvidas quanto à acentuação de palavras.
1943 - Foi redigido, na primeira Convenção ortográfica entre Brasil e Portugal, o Formulário Ortográfico de 1943.
1945
- O acordo ortográfico tornou-se lei em Portugal, mas no Brasil não foi
ratificado pelo Governo. Os brasileiros continuaram a regular-se pela
ortografia anterior, do Vocabulário de 1943.
1971 - Foram promulgadas alterações no Brasil, reduzindo as divergências ortográficas com Portugal.
1973 - Foram promulgadas alterações em Portugal, reduzindo as divergências ortográficas com o Brasil.
1975
- A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras
elaboram novo projeto de acordo, que não foi aprovado oficialmente.
1986
- O presidente brasileiro José Sarney promoveu um encontro dos sete
países de língua portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe - no Rio de Janeiro. Foi
apresentado o Memorando Sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
1990
- A Academia das Ciências de Lisboa convocou novo encontro juntando uma
Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – as duas
academias elaboram a base do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O
documento entraria em vigor (de acordo com o 3º artigo do mesmo) no dia
1º de Janeiro de 1994, após depositados todos os instrumentos de
ratificação de todos os Estados junto do Governo português.
1996 - O último acordo foi apenas ratificado por Portugal, Brasil e Cabo Verde.
2004
- Os ministros da Educação da CPLP reuniram-se em Fortaleza (Brasil),
para propor a entrada em vigor do Acordo Ortográfico, mesmo sem a
ratificação de todos os membros.
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Nova Reforma Ortográfica - Aspectos Positivos
O Novo Acordo Ortográfico, em
vigor desde janeiro de 2009, gera polêmica entre gramáticos, escritores
e professores de Língua Portuguesa. Segundo o Ministério de Educação, a
medida deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico
entre os países que falam Português e ampliar a divulgação do idioma e
da literatura portuguesa. Dentre os aspectos positivos apontados pela nova reforma ortográfica, destacam-se ainda:
- redução dos custos de produção e adaptação de livros;
- facilitação na aprendizagem da língua pelos estrangeiros;
- simplificação de algumas regras ortográficas.
Nova Reforma Ortográfica - Aspectos Negativos
- Todos que já possuem interiorizadas as normas gramaticais, terão de aprender as novas regras;
- Surgimento de dúvidas;
- Adaptação de documentos e publicações.
Período de Adaptação
Mesmo entrando em vigor em
janeiro de 2009, os falantes do idioma terão até dezembro de 2012 para
se adaptarem à nova escrita. Nesse período, as duas normas ortográficas
poderão ser usadas e aceitas como corretas nos exames escolares,
vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos. Em Portugal,
cerca de 1,6% das palavras serão alteradas. No Brasil, apenas 0,5%.
Atualização dos Livros Didáticos
De acordo com o MEC, a partir de 2010 os alunos
de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental receberão os livros dentro da nova
norma - o que deve ocorrer com as turmas de 6º a 9º ano e de Ensino
Médio, respectivamente, em 2011 e 2012.
Reforma na Escrita
Por fim, é importante destacar que a proposta do acordo é meramente ortográfica.
Assim, restringe-se à língua escrita, não afetando aspectos da língua
falada. Além disso, a reforma não eliminará todas as diferenças
ortográficas existentes entre o português brasileiro e o europeu.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/acordo_ortografico/acordo_ortografico1.php
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